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14 de mai. de 2013

Itajara - Um craque inesquecível

ITAJARA foi tudo que se pôde esperar de um cavalo de corrida. Valente como poucos, demonstrava uma superioridade incomum nas pistas. Filho do excelente reprodutor francês Felicio, de criação e propriedade do Haras São José e Expedictus, ganhou todas as corridas de que participou.
Estreou em 1.100 metros, na areia pesada largando com pequeno atraso, para ganhar na marca de 1'06"2 (igualando o recorde).

Na segunda corrida, abordando os 1.300 metros, na areia leve, venceu no tempo de 1'19"8; depois, em 1.600 metros ganhou na marca excepcional de 1'37"4. Após essa corrida, só correu provas de Grupo I, enfrentando os melhores valores de sua geração.

Um dos maiores craques brasileiros de todos os tempos no Brasil. Cavalo brioso, valente, que construía sua própria vitória, sem dar conhecimento aos seus adversários. Sua fama de craque das pistas levou o público novamente para o Jockey Club Brasileiro que vibrava com suas facílimas vitórias. Grandes experts de turfe do país o consideraram, pela facilidade como vencia as provas, sempre na ponta, como um dos maiores cavalos de corrida do Brasil de todos os tempos, mesmo sem ter disputado as provas máximas do turfe brasileiro, impedido por uma grave contusão num dos tendões, o que o afastou das corridas. 
ITAJARA conquistou todos nós, por sua garra, coragem e vontade de vencer.
A despedida de Itajara foi comovente. Antes mesmo de entrar na pista, uma verdadeira multidão foi vê-lo na baia próxima ao padoque, não cansando de admirá-lo. O entusiasmo era tanto que um turfista não se conteve e chegou a protestar com um dos proprietários, Lineu de Paula Machado, pela ida do craque para a reprodução:
- O senhor não poderia ter tomado tal decisão. Itajara hoje continua sendo seu, mas também pertence ao povo.
O protesto emocionou Lineu. Emocionados também já estavam Luís Carlos, o cavalariço, e Francisco Saraiva, o treinador. Quando Itajara saiu da baia, tendo uma manta os dizeres: “Itajara, Tríplice Coroado Invicto”, aconteceu uma autêntica comoção: dezenas de pessoas queriam fotografá-lo. No padoque, o jóquei José Ferreira dos Reis, o Reisinho, montou-o chorando.
Quando Itajara entrou na pista, o público explodiu em aplausos. O locutor Ernani Pires Ferreira, pelos alto-falantes, exaltava as qualidades do carque:
- Itajara, em tupi-guarani, significa “Senhor das Pedras”, mas o significado mudou para “Senhor das Pistas”.
O galope de despedida foi perfeito. O craque parecia nada sentir. Muita gente chorou. Não faltou quem afirmasse que, mesmo machucado, ele ganharia o GP Brasil, que seria vencido por Bowling momentos depois. Os aplausos só terminaram no padoque, mas o assédio do público nem permitiu que o cavalo pudesse ir à ducha. Itajara deixou o prado às 15 horas em ponto. Ainda naquela semana iria para o haras, onde cobriria 25 éguas de alta linhagem. Levado ao haras como reprodutor, gerou vários animais de alta qualidade, criados no Brasil e na Argentina.
Sua despedida das pistas no GP. Brasil de 1987, pode ser comparada à despedida do "Rei Pelé", pois o público, aplaudiu como um verdadeiro "Rei da Pista". Itajara e Pelé tiveram a missão de encantar multidões com suas atuações. Fica a eterna saudade em nossa memória, desse fantástico e inesquecível corredor, que com certeza, tem um lugar reservado em nossos corações.

Derby 1987

Um comentário:

Paulo Aguilar disse...

Boa sorte Anderson ficou legal.Abraços.

 

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