Potro castanho, nascido no dia 10 de dezembro de 1.978 no Haras Sideral, no Rio Grande do Sul, recebeu por parte do criador o nome de Lamento Bebop, depois trocado pelo seu proprietário, o Stud DS, para Boticão de Ouro. Era um filho do excelente reprodutor Locris em égua La Malma, por Manacle. Boticão de Ouro já chamava atenção mesmo antes de estrear, pelo seu tipo físico. Seu treinador era J. A. Limeira, e sempre foi montado pelo excelente jóquei Jorge Pinto. Eis aqui toda a sua campanha.
Estreou no dia 21/02/1.981 vencendo na Gávea uma prova comum, em 1.000 mt grama, para produtos de 2 anos.
Logo a seguir, em 08 de março, venceu sua primeira prova clássica, o GP Comissão Coordenadora da Criação do Cavalo Nacional (L) em 1.000 mt pista de grama leve,
com cabeça de vantagem sobre Innocuos, depois vieram Account, Icarus, Zalbo, Ivory Axe, Tinoco, Zelt, Patuá, Zunir, Dom João e Casket Love. tempo da prova: 0:58".
Venceu no dia 12 de abril o clássico José Calmon (G III) em 1.300 mt. grama, por vários corpos a Cathen, Zelt, Tinoco, Account, Zaibo, Patuá e Illustrious. Tempo da prova: 1:18" 8/10.
No dia 10 de maio, no GP Mário Azevedo Ribeiro, em 1.400 mt.grama leve, sofreu sua única derrota. Fez segundo para Zaibo, perdendo por cabeça, em uma reta atribulada, em que muitos pediam a desclassificação de Zaibo. Tempo da prova: 1:22"8/10.
Boticão de Oro voltou as pistas no dia 20 de junho para vencer o GP Jockey Club de São Paulo, em 1.500 mt. pista de grama leve vencendo por 2 corpos a Five, depois Shat al Arab, Zaibo, Cathen, Zelt, Sigilo e Zelo. tempo da prova: 1:29"2/10.
Agora com 3 anos, correu no dia 11 de julho e venceu uma prova prepatória para o GP Conde de Herzberg em 1.600 na grama.
Logo depois, em 26 de julho venceu o GP Conde de Herzberg (G II) - Criterium de potros - em 1.600 mt. grama, com 2 corpos de diferença sobre Five, depois vieram Espalhafato, Zaibo, Tinoco, Zonar, Mister dos Pampas e Zelt. Tempo da prova:
1:33"8/10. Em 7 de setembro, correu pela primeira vez no hipódromo de Cidade Jardim, no GP Ipiranga (G I), em 1.609 mt. primeira prova da Tríplice Coroa Paulista. Correndo contra um seleto e numeroso lote de adversários, Boticão de Ouro mostrou o craque que realmente era: Venceu por 4 corpos à Our Hope, depois vieram Narbonne, Revless (vencedora dos GPs Piracicaba e Diana), Despacito, O Maior, Jazmage, Dancing Sunrise, Jaréu, Maybe This Time, Embarcador, Dimitrov, Jessenell, Jelkan, hammer, Candelabro, Parolin, Cohen, Viajor, Del Garbo, Bizman e Masalin. Tempo da prova: 1:35"9/10.
Consagrado, Boticão de Ouro voltou à Gávea para vencer no dia 11 de outubro o GP Linneo de Paula Machado (G I) em 2.000 mt. grama pesada, com 2 corpos de diferença sobre Zirkel, Marquis, El Santarém, Five, Zaibo, Demócrates, Klarito e Tremendo. Tempo da Prova: 2:05"0.
Sua próxima atuação foi novamente em Cidade Jardim, desta vez no Derby Paulista (G I), 2.400 mt. grama, segunda prova da Tríplice Coroa Paulista.
Boticão de Ouro vai para o cânter do Derby Paulista de 1.981
A prova - As arquibancadas estavam lotadas. Ao ser dada a partida, a o potro Hammer largou com considerável atraso. Candelabro cruzou o disco na frente na primeira passagem, seguido por Follow Leaf, O Maior, Narbonne, Our Hope, Parolin, Viajor, Boticão de Ouro e os demais. Nesta ordem os competidores alcançaram a reta oposta, e Boticão de Ouro começou a avançar gradativamente, passando um a um seus rivais, entrando na grande curva já na liderança. Alcançada a reta, Boticão de Ouro tinha grande folga, enquanto que Narbonne e O Maior passavam para segundo e terceiro, respectivamente, e já notava-se o avanço
rápido de Del Garbo. Faltando 300 metros para o disco, o pior aconteceu: Boticão de Ouro, que vinha com a vitória praticamente garantida, fraturou a mão direita, enquanto seu jóquei tentava parar seu pilotado. Assim, Del Garbo, em violenta
atropelada, venceu firme, deixando O Maior em segundo e Dersú em terceiro.( Del Garbo era filho de Viziane e Orbosa por Mogul, de criação do haras São Quirino e de propriedade do Stud Montecatini.) tempo da prova: 2:30"0.
Boticão de Ouro foi imediatamente conduzido para a Divisão de assistência Veterinária do Jockey Club de São Paulo, e a equipe médico-veterinária encabeçada pelo Dr. Alceu Athaide e seus assistentes Bernardo Manzone Espinhal e Edgar Sommer constatou que o potro além da fratura exposta, sofreu ruptura da estrutura ligamentosa do boleto ( articulação metacarpo-falangeana) e rompimento de três tendões flexores (flexor superficial, flexor profundo e ramo medial do ligamento suspensor do boleto). Caso extremamente grave. O potro sofreu algumas cirurgias, mostrando não se tratar apenas de um craque das pistas, mas sim de um animal que lutou pela vida a cada instante. Mesmo febril nunca deixou de comer. Ficava quase sempre imóvel, sabendo que qualquer movimento brusco poderia piorar seu estado. Outros veterinários como o Dr. Aramis Athaíde, Waldemar Schaffer e
Fernando Fonseca Filho, ortopedistas e traumatologistas, colaboraram.Também Mário Ferman e Rudolf Hutzler colaboraram na terapia antiinfecciosa. Dr. Francisco Lopes e sua equipe idealizaram o aparelho ortopédico utilizado pelo potro. A recuperação estava indo muito bem, mas passados 30 dias da cirurgia, foi constatado aguamento grave no outro membro anterior, fato que levou Boticão de Ouro ao sacrifício. O caso se tornou tão famoso que foi publicado em vários jornais da Europa e dos Estados Unidos. Triste fim para um dos melhores cavalos brasileiros de todos os tempos.
A prova - As arquibancadas estavam lotadas. Ao ser dada a partida, a o potro Hammer largou com considerável atraso. Candelabro cruzou o disco na frente na primeira passagem, seguido por Follow Leaf, O Maior, Narbonne, Our Hope, Parolin, Viajor, Boticão de Ouro e os demais. Nesta ordem os competidores alcançaram a reta oposta, e Boticão de Ouro começou a avançar gradativamente, passando um a um seus rivais, entrando na grande curva já na liderança. Alcançada a reta, Boticão de Ouro tinha grande folga, enquanto que Narbonne e O Maior passavam para segundo e terceiro, respectivamente, e já notava-se o avanço
rápido de Del Garbo. Faltando 300 metros para o disco, o pior aconteceu: Boticão de Ouro, que vinha com a vitória praticamente garantida, fraturou a mão direita, enquanto seu jóquei tentava parar seu pilotado. Assim, Del Garbo, em violenta
atropelada, venceu firme, deixando O Maior em segundo e Dersú em terceiro.( Del Garbo era filho de Viziane e Orbosa por Mogul, de criação do haras São Quirino e de propriedade do Stud Montecatini.) tempo da prova: 2:30"0.
Boticão de Ouro foi imediatamente conduzido para a Divisão de assistência Veterinária do Jockey Club de São Paulo, e a equipe médico-veterinária encabeçada pelo Dr. Alceu Athaide e seus assistentes Bernardo Manzone Espinhal e Edgar Sommer constatou que o potro além da fratura exposta, sofreu ruptura da estrutura ligamentosa do boleto ( articulação metacarpo-falangeana) e rompimento de três tendões flexores (flexor superficial, flexor profundo e ramo medial do ligamento suspensor do boleto). Caso extremamente grave. O potro sofreu algumas cirurgias, mostrando não se tratar apenas de um craque das pistas, mas sim de um animal que lutou pela vida a cada instante. Mesmo febril nunca deixou de comer. Ficava quase sempre imóvel, sabendo que qualquer movimento brusco poderia piorar seu estado. Outros veterinários como o Dr. Aramis Athaíde, Waldemar Schaffer e
Fernando Fonseca Filho, ortopedistas e traumatologistas, colaboraram.Também Mário Ferman e Rudolf Hutzler colaboraram na terapia antiinfecciosa. Dr. Francisco Lopes e sua equipe idealizaram o aparelho ortopédico utilizado pelo potro. A recuperação estava indo muito bem, mas passados 30 dias da cirurgia, foi constatado aguamento grave no outro membro anterior, fato que levou Boticão de Ouro ao sacrifício. O caso se tornou tão famoso que foi publicado em vários jornais da Europa e dos Estados Unidos. Triste fim para um dos melhores cavalos brasileiros de todos os tempos.
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